domingo, 25 de novembro de 2007

Função Fática


Alô! Pronto...
Oi, tudo bem?
Não.
O que foi?
O que há?
Como vai?
Como está?
Tudo bom?
Vai voltar?
Dê lembranças!
O jantar!
Faleceu.
Se fudeu.
Já não deu,
Pra controlar,
A verborragia
Do seu ser.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Devoção


Você tira meu sono
Tira meu senso
Meu chão
Perpetua na minha mente
Surge dentro dos meus devaneios
Sem ser convidado
Você tira a minha máscara
Me deixa sem jeito
Sem rumo
Me deixa louca.
Você tira a minha atenção
Entra de repente no meu coração
E lá brinca como se fosse parque de diversões
Você aguça meus sentidos
Transpõe minhas vontades
E eu fico aqui sozinha
Confusa
Sem conseguir desviar
Seja por um momento sequer
A devoção à você.

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

A sedução pelo Prazer


Olhos cor de vinho tinto
Bocas cor de sangue
Cabelos ruivos, os meus
Sedução
Um segundo a mais
E o teu corpo toca o meu
Faz tudo perder sentido
Você me joga na parede
E eu fico às avessas
Suspiro
Miragem
Gemido
Dor e prazer
Ritual pagão
Arrepio
Calafrio
Devaneio
Vontade de tudo ter
De tudo ser
Sagrado
Clímax

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Explicação


Hoje meu coração me disse
Que o fato de viver sempre à sombra da mágoa
É de eu ter me dado conta
Que a ilusão pela qual me apaixonei
Tinha se quebrado.
Essa ilusão que tinha virado minha companhia permanente
Que tinha feito eu me jogar, me atirar de cabeça
Tinha se perdido totalmente,
Por algo muito mais doloroso e próximo de mim.
Hoje, choro não pela dor do fato consumado
Mas pela ilusão que não habita mais meu coração.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

A Arte da Vida


Eu que como atriz
Achei que já tinha visto de tudo
Percebi que um antagonista
Roubara a cena do meu filme
Eu que achei que não tinha mais como errar
Peco por tentar confiar
No objeto causador de dor
Eu que nem me dei conta
Mas não havia aprendido nada com a vida
Cometo os mesmo erros
De me deixar levar
E de não conseguir deixar de ser
Inteira ao viver.

domingo, 4 de novembro de 2007

Pseudo-liberdade


Me liberto dessas correntes
E vou em busca
Da quintêssencia
Da frequência
Da decência
Do meu ser
Vou-me embora para o não sei onde
Buscar outros rumos
Procurar fio-de-prumo
Do sonho que deixei pelo mundo
Sem eu nem perceber

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Morte


Perdida no abismo
Do amor e do tempo
Fico desfigurada
A fim de recomeçar
Da estaca ZERO
O coração arrancado
O vazio entranhado
O corpo dilacerado
Deito-me sobre o colchão de ilusões
E reinvento cores
Formas
Sotaques
Versos
Incorporo outra
Pois aquela de antes
Foi-se
Foice.