sábado, 29 de dezembro de 2007

Do sonho ao pesadelo


Desperto do sonho
Ao meu lado
Só um travesseiro
Na cama vazia
Enorme
Sozinha
Peso em meu peito
Será que ele volta?
Pra me livrar de todo mal
De todo rancor
Raíva, ódio
Todo amor
Será que volta pra declarar
Sua presença novamente
Decretar de novo minha felicidade
No entardecer do dia
No despontar da noite
Pra do pesadelo me acordar

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Egoísta


3 da manhã
Sozinha na casa escura
Ouço Sinatra, com sua voz rouca
Velas, incenso, meia luz
Ar de sedução
Vinho tinto
Você vem por trás e me encosta na parede
Tira meu vestido
Minha cinta-liga, meu juízo
Pega meus cabelos
Me beija violentamente
Violinos agudos
Quase Paganini
Me pega pelos quadris
Me deita no chão
Afasta minhas coxas
Se joga em meus seios
Me deixa arrepiada
Me faz toda sua
Egoistamente.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Bernard Pivot Questionaire


What is your favorite word? In english, rebound...In portuguese: saudade.

What is your least favorite word? Misery

What turns you on? People

What turns you off? People

What sound or noise do you love? The rain

What sound or noise do you hate? Cars

What is your favorite curse word? Fuck

What profession other than your own would you like to attempt? Journalist

What profession would you not like to do? Contractor

If heaven exists, what would you like to hear God say when you arrive the Pearly Gates? "Sing for us!"

Proibição


Hoje eu te proíbo
Proíbo de se deixar levar,
De se encantar,
De achar que o mundo é bom,
E que todas as pessoas são legais.
Hoje eu te proíbo de escrever cartas de amor,
Proíbo de dizer frases bonitas,
De se apaixonar,
De tentar consertar o que não tem conserto,
De fazer carinho.
Te proíbo de pegar na minha mão,
De dormir comigo,
De ficar na minha cabeça,
De habitar meu coração.
Hoje te proíbo de me beijar,
De me pegar pela cintura,
De falar comigo,
De me olhar.
Te proíbo de sonhar comigo,
De querer estar junto,
De fazer declarações, escrever poemas.
Te proíbo de ser atencioso,
De ser fiel,
De acreditar em nós dois,
Hoje te proíbo do devaneio,
Das músicas melódicas,
Dos telefonemas pela madrugada,
Te proíbo de se entregar.
Hoje te proíbo de mim,
Porque não me proibi de você antes.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Diálogo


Como você conseguia ser tão complicado?
Eu não sei.
Sempre do contra,
Sempre reclamando.
Entretanto, tinha um senso de humor infalível,
Me fazia rir como ninguém!
Mas também só quando queria.
Pois de mau-humor,
Você era impossível.
De lidar,
De estar,
De casar,
De amar.
Ciumento ao extremo
Das coisas mais bobas.
E nem percebia que o que eu queria,
Era que você me amasse pelo que sou,
E não pelo que você queria que eu fosse.
Deus sabe que o que fiz foi te proteger
Do perigo maior que é você.
E sabe também que naquele momento
Não dava mais pra ser.
E agora o único remédio,
É deixar o tempo passar.

Crédula


Ele vai voltar.

Ele vai chegar

Chegar pra me tirar desse vazio

Desse pranto

Desse tormento

Pra me livrar de todo lamento

Ele vai voltar

Voltar para os meus braços enfim

Cantar pra mim a canção

Que não terá mais fim

Ele vai chegar

Pra me dar toda a esperança

Respeito

Perseverança

Pro dia que ainda não terminou

Ele vai voltar

Pra meu coração acalmar.

sábado, 22 de dezembro de 2007

Só por uma noite


Depois de um dia longo
Estou pronta
Esperando você ligar
E não consigo negar
O desejo de ter você por perto
E por uma noite,
Tudo bem que eu te dê meu coração
Meu amor, minha alma
Só por uma noite
Eu te dê meus olhares, meu corpo
E quando ao acordar
Me deparar com a solidão
Não se preocupe
Ficarei bem
Pois por uma noite foi tudo tão certo
Tão vivo, tão bonito
Que deixa na memória
Só a lembrança
Só por uma noite.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Imprevisto


Estava tudo pré-estabelecido
Eu fiquei com ele
Ficamos.
Gostamos.
Ligamos.
E assim começou aquele jogo,
De carinho, mensagens, telefonemas...
E segurança.
Quando ambos sabem que querem um ao outro.
Quando não há incerteza.
Até que o inesperado aconteceu
Um surto.
Outra pessoa chega,
Pra bagunçar os sentimentos.
E me deixa intrigada,
Sem fala, sem jeito
E eu que achava que já estava tudo resolvido.
E já podia sentir o cheiro de namoro no ar.
Até que cai de pára-quedas,
Quem eu nem poderia imaginar.
Como lidar?
Se já nem sei o que faço...
Imprevisto
Tempo, só ele dirá!

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Bailarina


Pés de bailarina
Menina
Rodopia
Vira princesa
No reino das coisas belas

Tule branco
Coroa de prata
Postura, menina!
Gira até entontecer
No país dos feitiços

Treino constante
Mágica no palco
Sempre amante
Do salto mais alto
Na cidade dos girassóis

Acorda cantando
Disciplina sempre
Ar de criança
Bailarina-mulher
No lugar da força de sempre

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

A minha, a sua


Admito, eu estava errada!
E agora nada quero ter a ver com você
Não quero falar
Não quero ouvir
Nem sequer te ver
Já faz tempo que deveria ter feito isso
Mas só agora me dei conta
Que a palhaça era eu
No circo dos sentimentos imaginários
Os pedaços já não se encaixam mais
E tudo que posso fazer é correr
Mas me liberto hoje desse cerco
Decido agora a vida, a minha
Pra não ter que cruzar com a pessoa, a sua.

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Tudo (tempos em tempos)


Eu posso ser uma filha da mãe de vez em quando...
Posso ser a mais chata de todas as mulheres,
Eu posso me apegar tanto,
E às vezes nem sequer ligar.
Eu posso ser o bebê mais manhoso
E quem é mais negativa do que eu de tempos em tempos?
Eu posso ser a mais sábia de todas as mulheres,
Posso ter a alma mais digna e boa que você conheceu.
Eu posso ter o maior coração do universo,
E ter vontade de a judar o mundo inteiro.
Quem é mais positiva do que eu de tempos em tempos?

Meu comportamente passivo-agressivo pode irritar
E eu sempre confio demais nas pessoas
Dou o meu melhor
Mas ao mesmo tempo,
Eu posso ser a pessoa mais fechada de todas.

Eu posso ser a mulher mais engraçada que você vai conhecer na vida
E a mais bonita também...
Quem é mais tudo do que eu de tempos em tempos?

Você vê toda luz
E ama toda escuridão daqui de dentro
E por incrível que pareça...
Continua aqui.

Amor Maior


- Há algo de errado em se apaixonar?

- Não. Claro que não.

- E se por acaso eu me apaixono com frequência?

- Com que frequência?

- Não me julgue, nem m entenda mal, mas sou capaz de me apaixonar todos os dias e várias vezes ao dia pelas mais variadas pessoas. Há tanta gente fantástica no mundo que achar que uma só pode te dar tudo é complicado às vezes. Não tente entender. Se eu peco na vida, é por amar demais!


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- Deixa eu cuidar de você!

- Não!

- Vamos lá! Pára de bobeira, deixa eu te cuidar!

- Pra quê? Pra você me deixar depois?

- Deixa eu cuidar de você e não pensa no amanhã!

- Mas e amanhã? Quem cuida de mim?

- Se você parar de reclamar e me aceitar de volta, eu espero que continue sendo eu.



FIM

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

That I will be good


Eu ficaria bem mesmo se não fizesse absolutamente nada
Eu ficaria bem mesmo se perdesse tudo
Eu ficaria bem mesmo se ficasse muito doente
E se assim permanecesse, eu ficaria bem.

Eu ficaria bem mesmo se engordasse trocentos quilos
Eu ficaria bem mesmo totalmente falida
Eu ficaria bem mesmo se perdesse todos os fios do meu cabelo
E se eu perdesse minha juventude, eu te garanto, ficaria bem.

Eu ficaria bem mesmo se perdesse a visão e qualquer outro sentido
Eu ficaria bem mesmo se cismasse em me pôr pra baixo
Eu ficaria bem mesmo sendo extremamente exagerada
E mesmo perdendo toda sanidade que me resta, eu ficaria bem.

Eu ficaria bem até com ou mesmo sem, você


Inspirado na música "That I will be good" de Alanis Morissette

Cansaço


Perdida em sentimentos misturados
Sonhos de libertação
Calma
Ódio
Amor
Lamento
Só mais um tormento
Pro meu vôo sem asas
Alço vôo mas você não deixa
Me prende
Me suga
Me faz ser sua sem ser meu
E eu não consigo divorciar
Acabar
Retomar
A quem era antes
Você mudou até meu jeito
Sem nem pedir licença
Se enroscou no meu peito
E nem quer sair
E quando então eu imploro
Que fique de verdade
Você vem e me mostra
Que sempre foi alguém proibido de estacionar.

domingo, 16 de dezembro de 2007

Esperança


Hoje você levou um pedaço de mim,
Junto com seu Adeus.
Arrancou do meu peito,
Despertando todos os sentimentos.
Eu odeio você,
Porque te amo desesperadamente!
E a distância só me faz querer-te mais perto.
E quando ouço sua voz,
Sinto que o mundo pára.
E quando enfim te vejo,
Sinto borboletas no estômago.
Até sua primeira atitude
Daí em diante, só mágoa,
Repúdio até.
Porque não há coração que aguente,
Não há dor que pare,
Não olho que não chore
Não há coração que não dilacere
Me sinto burra, estúpida!
Mas passional do jeito que sou,
Não consigo não seguir
Amando-te mesmo assim.
Pois a esperança nunca cessa,
De que amanhã você devolva minha paz,
Que não doa mais meu peito,
E que você enfim diga que voltou pros meus braços.

Revolta


Eu só quero que você saiba que eu até estou feliz por você.
E não desejo nada menos que o melhor pra vocês dois.
Embora tudo que ela seja é uma outra versão de mim.
Será que ela consegue ser impulsiva, pervertida, divertida como eu?
Eu me lembro bem em como você dizia que amava essa minha imprevisibilidade.
E todo amor que fizemos não foi o suficiente pra te manter.
Você queria mais e me sugava mais,
E toda vez que você fala o nome dela,
Será que ela sabe que você disse que morreria por mim?
E que queria me ter em seus braços até o dia de sua morte?
Venho te lembrar de toda confusão que você deixou quando foi embora.
Móveis desarticulados, poeira, roupas rasgadas,
Nada foi páreo pro que você causou aqui dentro de mim.
Você até parece bem, mas veja eu não tô tão bem como você.
Você sempre foi o rei da dupla personalidade
Conseguiu me enganar direitinho, me fez de idiota.
Foi um choque pra mim ver como tão rápido fui substituída.
Tão rápido que horas antes você ainda me dizia palavras de amor.
Será que ela sabe que você tá pensando em mim enquanto trepa com ela?
E todos os seus jogos de amor, suas brincadeiras, suas besteiras.
Será que ela vai te amar como eu amei?

sábado, 15 de dezembro de 2007

Toda


Sempre fui mulher de muitos amores,
Físicos ou só meramente platônicos,
Mas sempre fiel a eles.

Rafael me ensinou que os anos que você tem só contam de acordo com os anos que você acha que tem.
Pedro me ensinou que há vida depois do final de um primeiro amor.
Alexandre me ensinou que há sonhos que se realizam e outros que não.
Felipe me ensinou que o mundo dá voltas, e como dá!
Alex me deu a sorte da tranquilidade e da segurança.
Diogo me ensinou que todo homem tem sempre um "quê" de cafageste.
João me fez voltar a acreditar na raça humana.
Pedro me ensinou a explodir e não ter medo e mim mesma.
Luiz me ensinou que tem coisas que são pra sempre.
Gabriel me fez sua mulher e fiz dele meu senhor ( o que nem sempre era saudável!)
Felipe II, me mostrou o quanto eu ainda podia ser poderosa.
Joe me fez triste.
Andre me fez sorrir de novo ( mesmo que por pouco tempo infelizmente).
W. me deixou louca.
E egoísta, eu suguei tudo o que eles me ensinaram.
E me fiz assim:
TODA!

Espetáculo


As pessoas da minha vida são atores
Atores desmarcados
Mas com roteiros vários e permanentes
Focam-se em algo e vão
Performances de todos os tipos
Com falas decoradas, figurinos, adereços...
Muitas vezes até iluminação e trilha sonora.
E esses atores acham que fazem parte de um grande espetáculo!
Em suas maioria de máscaras
Colocam-as e retiram as mesmas
Com a facilidade de um piscar de olhos
Trocam o drama pela comédia besteirol
Esquecendo-se que sem drama a comédia nada seria
São vilões se passando por mocinhos
E principalmente mocinhos querendo ser vilões
Numa adaptação desvairada
Da nossa triste realidade.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Anseio


Quem diria que depois de tantas confusões eu ficaria assim?
Com saudades!
Eu que achava que tava fechada pra balanço!

Percebi que nem sempre que a mente se fecha,
O coração vai junto.
E olha que não faltaram tentativas!


E agora eu fico aqui
Esperando
O telefone que toca
A mensagem que chega
O coração que transborda
A alegria que não tem tamanho
Só de pensar
Que um dia você volta
E em breve!

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

A Mulher do Chico


Você surgiu quando eu não queria
Eu tava bem sozinha
Chegou de mansinho,
Ar de menino,
Veio mesmo sorrateiro
E se instalou feito um posseiro dentro do meu coração.
Eu nem puder evitar
'O meu amor' você virou
'Com açucar, com afeto' você me conquistou...
E eu não podia te perder por nada no mundo
Faria o que você quizesse
O que você pedisse...
E esse era meu mal.
Você me tinha na mão.
(E sabia disso.)
Foi 'Tanto amar', tantos 'Olhos nos olhos'
Até a 'Gota d'agua'
Ligou e acabou comigo
Me deixou sem chão
Sem ar
Lágrimas caíram até secar.
Arrancou 'Pedaço de mim'
E eu que já tinha tudo planejado
Me deixei levar pelas falsas promessas.
Pelo 'Amor barato'.
E foi tanto 'Desalento'...
Nem percebi que aquilo era era 'Como um samba do adeus'
Ah..mas nada foi em vão,
Você me machucou
Mas só me fez perceber que sou 'Dura na queda'
E provou mais ainda
Que o 'Samba do Grande Amor'
Ainda está por vir.

sábado, 1 de dezembro de 2007

A Sorte


Eu queria a sorte de sombra e água fresca,
Dormir com o amanhecer surgindo
E acordar com as estrelas me cobrindo.
Tudo ao contrário pra ficar mais interessante.

Eu queria a sorte de rir sempre
E não só sorrir educadamente.
Rir só não cura bicho-de-pé...
Mas cura vertigem, fome, depressão, dor no coração.

Eu queria a sorte de um artista da vida,
Aquele que com nada, é tudo!
E com o pouco que tem,
Vira anjo, palhaço, doutor.

Eu queria a sorte de um amor tranquilo
Com fortes emoções entre quatro paredes,
Mas que no geral tenha sabor de fruta de verão.
Doce e Azeda porque nem tudo é perfeito.

Na verdade eu quero mesmo é a sorte da imperfeição.

domingo, 25 de novembro de 2007

Função Fática


Alô! Pronto...
Oi, tudo bem?
Não.
O que foi?
O que há?
Como vai?
Como está?
Tudo bom?
Vai voltar?
Dê lembranças!
O jantar!
Faleceu.
Se fudeu.
Já não deu,
Pra controlar,
A verborragia
Do seu ser.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Devoção


Você tira meu sono
Tira meu senso
Meu chão
Perpetua na minha mente
Surge dentro dos meus devaneios
Sem ser convidado
Você tira a minha máscara
Me deixa sem jeito
Sem rumo
Me deixa louca.
Você tira a minha atenção
Entra de repente no meu coração
E lá brinca como se fosse parque de diversões
Você aguça meus sentidos
Transpõe minhas vontades
E eu fico aqui sozinha
Confusa
Sem conseguir desviar
Seja por um momento sequer
A devoção à você.

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

A sedução pelo Prazer


Olhos cor de vinho tinto
Bocas cor de sangue
Cabelos ruivos, os meus
Sedução
Um segundo a mais
E o teu corpo toca o meu
Faz tudo perder sentido
Você me joga na parede
E eu fico às avessas
Suspiro
Miragem
Gemido
Dor e prazer
Ritual pagão
Arrepio
Calafrio
Devaneio
Vontade de tudo ter
De tudo ser
Sagrado
Clímax

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Explicação


Hoje meu coração me disse
Que o fato de viver sempre à sombra da mágoa
É de eu ter me dado conta
Que a ilusão pela qual me apaixonei
Tinha se quebrado.
Essa ilusão que tinha virado minha companhia permanente
Que tinha feito eu me jogar, me atirar de cabeça
Tinha se perdido totalmente,
Por algo muito mais doloroso e próximo de mim.
Hoje, choro não pela dor do fato consumado
Mas pela ilusão que não habita mais meu coração.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

A Arte da Vida


Eu que como atriz
Achei que já tinha visto de tudo
Percebi que um antagonista
Roubara a cena do meu filme
Eu que achei que não tinha mais como errar
Peco por tentar confiar
No objeto causador de dor
Eu que nem me dei conta
Mas não havia aprendido nada com a vida
Cometo os mesmo erros
De me deixar levar
E de não conseguir deixar de ser
Inteira ao viver.

domingo, 4 de novembro de 2007

Pseudo-liberdade


Me liberto dessas correntes
E vou em busca
Da quintêssencia
Da frequência
Da decência
Do meu ser
Vou-me embora para o não sei onde
Buscar outros rumos
Procurar fio-de-prumo
Do sonho que deixei pelo mundo
Sem eu nem perceber

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Morte


Perdida no abismo
Do amor e do tempo
Fico desfigurada
A fim de recomeçar
Da estaca ZERO
O coração arrancado
O vazio entranhado
O corpo dilacerado
Deito-me sobre o colchão de ilusões
E reinvento cores
Formas
Sotaques
Versos
Incorporo outra
Pois aquela de antes
Foi-se
Foice.

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Relação a dois


Corredores de caminhos trocados,
Descaminhos.
Sem drama.
Fantasmas do escuro,
Jogo da memória,
Armários embutidos,
Baú de lembranças.
Passado.
O sol que entra pelas frestas,
O frescor da manhã,
O acordar com os pássaros cantando.
Quatro paredes:
Loucura, desejo, suor, luxúria
Livros empilhados,
Mordidas pelo corpo,
Inundação,
Ti-tac.
O susto de encontrar pelo tapete,
Palavras não ditas
Sentimentos não expostos
Comprimido.
Calma,
Relaxo...
Devagar
E você me diz:
"Meu amor, eu vim pra ficar!"

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Solidão



Um pouco mais pra cá esse sentimento
Um pouco mais pra lá essa sensação
Tiro a poeira,
Faço a arrumação do meu coração
As nuvens surgem
O céu nublado
Um gosto amargo,
Metálico,
Agridoce,
Aguardente.
A hora exata,
Pálida.
O vento sopra...
Mexo nos móveis,
Tiro o mofo,
Limpo meu criado-mudo.
Falta:
Ausência que me faz companhia.

sábado, 27 de outubro de 2007

A Constatação


Com desânimo, constatei que só o conhecia de vista. E que ele estava num nível intermediário, inacessível pra mim.
Eu que não sei ser meio-termo. Que me jogo, que me arrisco, arremesso mesmo calada, não saberia viver na indecisão de uma meia-vida, com uma meia-pessoa que nem sonha em querer ser inteira.

Com mágoa, constatei que me apaixonei pela própria ilusão que criei dentro de mim. Ilusão essa de alguém aventureiro, curioso, coração de menino e coragem de homem.
Eu que não saberia ser de outro jeito, que só sei ser lúcida quando louca, me apaixono todos os dias, por muitos dos meus devaneios.

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Constante


Paro...
Ligo o som
Escolho só músicas tristes
Que poder é este que eu tenho,
De me colocar entorpecida?
O poder de me transportar
pra outras realidades
Que nem sei onde habitam?
Deito na cama
Respiro fundo
Vôo longe
Talvez nada disso faça sentido
Mas tudo que fica
É a sensação no meu peito
Sufoco, pesar, confusão
Parece que tudo isso
Virou uma constante em mim.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Choro


Às vezes me pego do nada
Naquele aperto no coração
Perco o ar, pareço que me afogo
Que desfaleço em pesar


Choro calada
No meio das multidões
Choro baixinho
Pra ninguém perceber
Que o que dói dentro de mim
Acaba com meu ser
Com meu estar
Com meu viver.


Às vezes acordo do nada
Com o coração na mão
Batendo, o que demonstra vida,
Mas vazio, que demonstra solidão.



segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Humana


Achei que não tinha mais sentimentos
Achei que meus olhos e lágrimas haviam secado
Achei que meu coração havia endurecido
Minha mente paralisado
Meu corpo entorpecido
Minha alma desamado
Achei que nunca mais sentiria nada
Achei que era o fim
Fria, dura, pedra, pó
Achei que era só.

Mas de repente algo aconteceu!
Você apareceu!
E enquanto eu perdia as esperanças
Você me percebeu.
E me fez humana
Mais uma vez.

sábado, 13 de outubro de 2007

Sufoco


Terra, som, mãe, centro, água, mar, outro, fogão, cozinha, corrida, joão, leite, moça, transporte, carro, conquista, homem, buraco, sentimento, sofrimento, cimento, sonho, alho, chifre, pia, cama, feliz, porta, carinho, casa, lambreta, careta, perneta, zureta, menina, moço, coração, avô, música, silêncio, amor, dor, calor, odor, frescor, tristeza, cor, árido, alado, viável, solar, natureza, desenho, arte, cinema, azul, amarelo, verde, vermelho, sacanagem, vigilância, cuidado, fogo, filhos, pai, solúvel, cavalo, vareta, jazz, sexo, montanha, chuva, janela, quarto, quinto, sexto, sentido, coração, solidão, emoção, noção, sobrenatural, contudo, contido, contingente, continente, colágeno, salário, estar, ser, ver, olhar, peso, muito, sufoco, sufoco, sufoco...

Sufoco é a batida do meu coração.

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Pedido


Vem ser música pros meus ouvidos
Fazer eu me sentir segura, acolhida
Desfalecer em teus braços
Vem ser instrumento pros meus devaneios
Produto da minha arte
Vem cantar pra mim,
Pra eu fazer do teu canto meu abrigo
Vem ser o ator principal do meu espetáculo
Deixar nossos corpos se transformarem em um
Vem ser meu alter ego, meu eu lírico
Adivinhar o que eu sinto, o que eu penso...
Vem completar a minha dança
A minha cena, o meu diálogo.
Vem fazer meu coração sair pela boca
Me fazer estremecer nas bases
Vem ser o começo e o final desse conto de amor.

sábado, 6 de outubro de 2007

O Desejo


É no coração da noite
Que desponta o dia
O dia que traz a luz
Dessa minha imensidão
De sentidos e sensações.


É na calada da noite
Que desperta meu ser
Que a angústia se supera
Que o poder vem renascer
Trazer frutos, mitos, mágica


É no começo da noite
Que descubro meus sonhos
Bem ao entardecer
Vem perseguir meus devaneios
E trazer esperança, contentamento...