sábado, 24 de abril de 2010

Ação


Tremedeira
Arrepio
Vinho Tinto
Num quarto de hotel
Ninguém precisa saber
Risadas escadalosas
Línguas
Olhares cúmplices
Sedução
Bocas com bocas
Corpos com corpos
Sem distinção
Suor
Cheiro de almíscar
Massagem nos pés
Suspiros
Flerte
Anel no dedo
Submissão
Loucura, provisória
Tesão
Junção
Ação.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Castelo


Construí um castelo
Com torres enormes, calabouços, portões de ferro.
Nesse castelo, há mais de mil janelas,
Algumas dezenas de quartos
Porões, sotãos..
Mais de mil guardas protegem meu castelo
Junto com centenas de cães ferozes.
E lá parece que nada de ruim acontece.
O castelo é enorme, pomposo, quase arrogante.
Mas é fachada.
Por dentro ele é confuso.
Com várias cores, sentimentos, espelhos, portas para não-sei-onde...
Pelas mil janelas penetram todos os tipos de coisas do mundo.
E nisso o castelo se torna frágil, pois se deixa penetrar demais.
Como o sol que deixa marcas na mobília.
O vento, a poeira, o sol, vão enfraquecendo as vigas do castelo.
E ele quase desaba a qualquer momento.
Embora sua fachada tente permanecer intacta, seu interior está quebrado.
Seu interior guarda um tesouro.
Um tesouro bem escondido que o castelo insiste em proteger.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Historinha


Nunca entendi o porquê dos homens terem tanto medo de tomar decisões sérias em suas vidas, principalmente quando elas envolvem mulheres. Se um cara é casado e tem uma amante, ele vai levar a história adiante até o fim dos tempos, mesmo sendo infeliz com uma ou ambas as partes, pelo simples comodismo e pelo medo de escolher. O que acaba acontecendo é que uma das mulheres acaba dando um ultimato e escolhendo pra ele. E depois ainda chamam o sexo feminino de sexo frágil. Coisas de nossa cultura.
Mas voltando, vou dar um exemplo beeeem comum. O cara vem cheio de historinha romântica pra cima de você durante semanas, mas sem tomar uma atitude mais firme. Aquele flerte acontece, aquele papo de romantismo, aquele blá blá blá. Mas nenhuma atitude realmente divisora de águas. Então só porque você não cede no primeiro minuto (afinal você ainda está vendo qual é a do cara, tá vendo se ele vale a pena, se tudo não é só brincadeira...), ele resolve "pegar" uma outra mulher que tá dando um mole absurdo, e o pior, na SUA cara!

Eu entendo quando o cara chega propriamente dito em você, e você diz não e ele parte pra outra. OK, that does it. Mas e quando o cara nem sequer chega em você? (Quit playing games with my heart...with my heart...) Ele conta uma historinha bonita, te dá um certo mole descarado que todo mundo percebe (que você fica até duvidando que possa ser assim na vida, de verdade..), mas te deixa sem entender nada pois afinal ele também agarra a outra na sua cara. E depois de escolher declaradamente a outra enfim, vem de historinha de novo,querendo se explicar???

Será que homens não vieram com semancol?Eles realmente acham que vão ficar com outra na sua frente e tudo bem?Que você finge que não viu, ele finge que não fez e ele justifica com "aconteceu"? O que aconteceu foi o meu soco na sua cara...isso sim aconteceu!! - eu respoderia. (Ok, não aconteceu de verdade...mas na minha mente aconteceu algumas vezes sim!)

O homens tem a coragem de falar que mulheres são malucas e incoerentes, mas peloamordedeus, eles ganham disparadoooooos! O cara ao mesmo tempo que quer agir como romântico, quer ser galinha e passar o rodo. Aff...

Por favor, me expliquem essa parte do comportamento humano masculino porque eu tô com dificuldade de entender.

E depois me perguntam por que eu deixei de ser romântica...eu hein.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Ao escrever


Eu queria saber falar da vida,
Do cotidiano, das coisas importantes.

Queria saber contar histórias,

Falar coisas sérias,

Discutir política, religiosidade, direitos civis.

Mas se tudo isso já toma conta de mim no dia-a-dia,

Quando escrevo me permito ser boba
,
Ser brega, não ter pé nem cabeça.

Sou toda sentimento,

Sem amarras, sem censura.

Aquele robô racional que muitas vezes me habita no horário comercial

Acaba por sumir.

E de repente invade um daqueles personagens melodramáticos

Da minha esquizofrênica personalidade.

Ao escrever sou toda paixão,

Toda emoção,

Sem formas, rimas, regras,

Só coração.

Daqueles bem clichês,
Bem rosas ou vermelhos.

E embora esse coração não ouse falar,

Ele aperta (e como!)

Com todo vazio da minha existência.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Esconde-esconde


Ouvi de um amigo há pouco tempo que ele achava que eu me escondia.
- Me escondo como? - perguntei
- Sei lá, se esconde ora, por detrás dessa sua personagem engraçada e legal com todo mundo tem que existir outra coisa.

- E que outra coisa seria essa? - indaguei

- Sei lá, tem mais de você aí dentro que você não mostra. É isso que percebo.


Não custa dizer que essa não é a primeira vez que ouço coisa parecida. Semana passada mesmo no meio de uma aula, o professor "do nada", resolveu falar que achava que eu era muito mais forte do que deixo transparecer e que eu tenho que trazer essa força a tona de vez em quando.
Ok, teacher!Fááácil...

Fácil pra quem??


Porque as pessoas parecem saber mais sobre mim mesma do que eu própria?

Pensativa sobre essas colocações, ouvi um texto autobiográfico de uma amiga que dizia que ela que sempre pareceu tímida e retraída, na verdade tinha mesmo era uma personalidade bem extrovertida, mas que a timidez tomava conta às vezes por medo de as pessoas acharem que ela só quer aparecer. Engraçado ?

Eu nunca tive problemas com querer aparecer...

Quando eu quero, apareço e pronto!hahahahhaha...

Caceta...eu acho que sou o contrário da minha amiga!


Tenho essa personagem que inventei pra lidar com as pessoas (porque só sendo um bom personagem mesmo pra lidar com certas pessoas que eu preferia nem ver). Essa personagem e vamos chama-la de Julia (sim, porque Julia me parece um nome de garota que todo mundo gosta, que é divertida etc) é suuuuuuuuuuper legal, ela fala com todo mundo, ela brinca, ri alto, fala uma besteira atrás da outra. É uma ótima pessoa pra se conviver e consequentemente é uma ótima personagem pra se ter na manga. Tanto que as vezes eu queria poder ser ela o tempo todo. Ou pelo menos ter um botão que me mudasse de Hannah pra Julia imediatamente. Ia ser legal, ?


Mas num dá..um saco isso..mas verdade. Logo vem aquela outra garota sensííííível, chorona, emotiva, e ela toma conta. Mesmo que a Julia tente impedir. A sensível, (e vamos chama-la de Maria), é chata. Ela chora nos filmes mais babacas, sonha com final feliz (mesmo eu dizendo pra ela que isso é tudo conversa-pra-boi-dormir), sonha com príncipe e cavalo branco. (ok, cavalo não..talvez um audi branco, mas mesmo assim!). Enfim, é uma babacona, o clichê de mulherzinha.

Alguém aguenta ela o tempo todo? Eu certamente não.


Por último, (será?), tem uma outra retardada, que acha é a dona do mundo. Ela se chama Hannah (assim porque acaba que é a mistura das outras com mais uns adendos). É analítica, mas sensível. Justa, mas ponderada. Se põe no lugar dos outros sempre. Cuida. Ama. Se doa. Pensa no bem estar comum antes do seu próprio. Mas não se anula (ok..é um trabalho, não é sempre!). Perdoa sempre. Não esquece nunca.


Outra chata ? Eu não sei como me aguento. Muita coisa pra administrar. Isso porque tem sempre também o lado revirado dessas três. A diabinha que existe em cada uma delas que quer mesmo que eu mande todo mundo tomar no c#.


Portanto, como é que eu não vou me esconder?

Me explica?

sábado, 3 de abril de 2010

Chuva

Hoje o céu chorou comigo
Parece mentira mas,
No exato momento que uma lágrima escorreu por meu rosto
Uma gota de chuva caiu do céu
E eu fiquei ali parada
Chorando junto com o céu
Curtindo a chuva
Juntos
Primeiro com toda intensidade
Depois aos poucos
Garoando
Chuviscando
Até parar...
Mas permanecendo pesado
Nublado
Noite e dia

Sem parar.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Distância


Hoje eu preciso me afastar de você
Mesmo que amanhã eu volte a te procurar

Mesmo que doa em mim ficar longe

Preciso não te ligar

Não te mandar mensagens

Não dar sinal de vida

Hoje eu preciso me encarar

Mesmo me dando conta de algo um tanto sofrido

Preciso pensar que mesmo me iludindo na sensação que te tenho

Eu só ME tenho.

E mesmo eu,

Escapo de mim.

Hoje eu preciso me afastar de você

Mesmo que isso me corroa por dentro

Como ferrugem, como câncer, como ódio

Mesmo tendo medo que você nem perceba a minha falta

E que tudo foi da boca pra fora
Do corpo pra fora

E nada pra dentro.

Não quero saber dos teus problemas

Eu já sei demais

Mas eles são só seus

Hoje eu preciso me afastar de você

Pra que você não se afaste de mim.