segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Pequena


Sempre me senti pequena.
Apesar dos altos 1 metro e 65 centímetros da minha estatura, sempre me senti mínima. Ora, porque me sentia protegida demais, ora, porque achava que ninguém me percebia. A segunda opção com certeza, com mais frequência.
E mesmo já adulta, com toda essa maturidade/seriedade que me habita, sempre achei que ninguém me perceberia, nunca, na multidão. (E olha que eu sou ruiva, um tipo não muito comum pro Rio de Janeiro).
Imagine minha surpresa, quando pela primeira vez, o menino que eu gostava me percebeu. Foi um susto! Eu, de repente, era vista! Mas como eu era vista???Se nem eu, me via? Eu sempre achei que nunca seria olhada de verdade. Pois dentro de mim habita uma timidez indeclarada e imútavel. E agora era vista por alguém que mais do que me ver...QUERIA me ver. Tinha escolhido isso.
Mas o medo de ser decifrada, de decifrarem coisas sobre mim que nem eu mesma me dava conta, me deixou frustrada. Afinal, com tantas outras meninas mais vistosas, mais bonitas, mais extrovertidas, é claro que eu perderia. E logo você escolheria ver outra.
Eu que nem sei me portar, nem sei conquistar... Era um erro você ter me escolhido. Eu sempre perco. Não seria diferente dessa vez.
Então me fecho na minha pequenez, mergulho na introspecção da minha alma. Me afogo. Ninguém percebe.
Acho que sou invísivel mesmo, afinal.