domingo, 21 de setembro de 2008

Insônia


Olhos furtivos
Tic-tac do relógio
Que parece um bumbo de bateria
Dentro da minha cabeça.
Às 4 da manhã,
Olho pro teto,
Ouço gritos,
Conversas, risos.
A noite foi boa pra alguns.
O caminhão de lixo faz barulho lá fora
E traz aquele cheiro forte de enxofre.
E eu me prometo:
Quando o barulho e o cheiro passar,
Eu viro pro lado e durmo.
Mas não consigo,
Nada acontece,
Mesmo.
Silêncio...
Ouço a respiração do corpo ao meu lado
Um súbito movimento
Uma troca de posição
Mas eu permaneço imóvel
Resolvo levantar
Tomo um gole amargo de água
Tudo parece mais triste e distante à noite
Vou para sala
Ouço música
Leio alguns capítulos de um livro velho
Vejo TV
Volto pra cama
Penso no dia de amanhã,
Conto carneirinhos,
Pronto!
Já to apelando demais
Mas os pensamentos não me deixam dormir,
E o dia amanhece.


sábado, 6 de setembro de 2008

Resolução


Abro os olhos
Percebo as coisas ao redor
Me vejo e revejo
E não reconheço
Aonde será que eu vim parar?
E como descobrir?
Se eu nem sei quem sou...
O carro que não pega,
A chuva que não pára
O vento bate forte
Aonde essa rua vai dar?
E que direção tomar?
Se não há regras,
Nesse jogo que eu nem aprendi a jogar
Vale mesmo tudo no final?
Explode dentro de mim
Overdose de emoções
Da onde vem essa dor
Parece mais um câncer mundial
Pra que tanto rancor
Vamos terminar
E nos contaminar
De loucura
Essa doença terminal incômoda
Vamos morrer de cirrose,
Felizes.