Ele, mesmo ainda no universo do sono profundo, me puxa pra perto, envolve seus braços grandes e fortes em torno de mim, enquanto encaixo minha cabeça no espaço, aninhada em seu corpo.
Sinto seu coração bater, sua respiração, ar entra, ar sai.
Toca o despertador do celular mais uma vez com aquela música horrorosa. Não é que eu não goste de música em si, talvez até pudesse gostar em outras circunstâncias, mas o fato é que ela sempre interrompe o momento mais gostoso do dia.
É cedo. Nem 6 horas da manhã. Ele tem que acordar e eu o acordo, sirvo como despertador também. Mas e a nossa conchinha matinal? Não dá pra levantar sem ela. Não dá pra levantar com ela.
Dormimos entrelaçados sempre. Se não assim quase virando um, dormimos com pés dados. Nossos pés que se encontram em meio as cobertas. O calor do seu corpo me aquece. Mesmo no verão.
Ele puxa meu corpo de encontro ao seu, passa seu braço por debaixo da minha cabeça, tiro os cabelos da nuca, para que ele possa encaixar seu rosto nela sem pinicar. A respiração dele na minha nuca, sua barba roçando em meu ombro. Nosso quentinho. Nosso quentinho melhor do mundo.
Ele levanta. Eu passo minhas unhas por suas costas pra relaxa-lo. Massageio as tensões, abraço, encho de beijos, aconchego. Recarrego suas energias. Minhas também. Mais um dia começa.E não é nada fácil.
Ainda bem que logo mais a noite tem sempre um quentinho pra se recorrer.