sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Distância


Eu não ouvi você sair
Nem sei como ainda estou aqui
Mas não quero mover nada
Pra não mudar minha memória

Não quero atender o telefone
Ele simplesmente me acordaria desse sonho
E nem saio dessa cama
Pra não arriscar esquecer cada detalhe
Cada cheiro, cada gesto
De tudo que se passou

Não consigo dormir
Nem levantar, nem respirar
Até quanto você finalmente estiver
De novo aqui deitado, ao meu lado.

Um comentário:

Caio disse...

Me fez lembrar disso, que um amigo escreveu:

"Um dia desses, deitado na cama com ela, olhava o teto, ela não sei.
Nossos corpos pouco se encostavam, mas era constante.
Conversávamos sobre não sei o quê, sua voz era muito presente.
Deixei minhas memórias dela de lado, a sentia apenas como som e calor, sem nenhuma lembrança ou dedução associada a isso.
Percebia sua voz como todo o seu ser e prestava atenção em sua maciez, na tonalidade e intenção daquelas palavras, as quais os significados não importavam, pois não havia informação junto a elas.
Vi que o mais interno de alguém está em sua voz, e o externo em sua “casca”, sua forma.
Nós somos as nossas vozes."