Confesso ser racional demais muitas vezes. E pecar muitas vezes por essa racionalidade me tornar tão prática. Sempre me coloco no lugar dos outros. Penso em todos os lados de uma questão, peso, contraponho, decido. (Nem sempre muito rapidamente). Não me entrego fácil, muito menos me deixo apaixonar fácil. Minha guarda sempre levantada. Mas são as pequenas coisas do dia-a-dia que me encantam e fazem eu perder toda essa racionalidade. Ah...quando eu me apaixono...sai de baixo!
Confesso não entender essas pessoas que se apaixonam e desapaixonam com a velocidade que trocam de roupa. Eu, me apaixono por várias coisas e pessoas em diferentes tipos de relacionamento. E quando realmente sinto que aquilo é verdadeiro, correspondida ou não, me entrego, me jogo, me doo por inteira. Me permito me perder, sonhar, gritar, sentir. Faço tudo pra dar certo. Até mais do que deveria. Não sei ser pela metade, sou inteira e total. Leal sempre. Mesmo numa relação profissional ou amizade. Confesso não saber ser de outro jeito.
Confesso querer ser a pessoa mais inteligente do mundo. Metida eu, né? Calma...Tenho certeza que nunca vou ser ou sequer de que vou chegar perto disso, mas isso não acaba com minha eterna busca pelo conhecimento. É quase um vício pela informação, pela descoberta, pela experiência. Tento ler tudo o que há pra se ler. E odeio não ter tempo, nem disposição muitas vezes para mais. É um certo tipo de egocentrismo talvez. Mas não faço isso pra me gabar, faço pra entender melhor esse tal ser humano que sou e que lido todos os dias. E não falo só dessa inteligência que se aprende nos livros, mas principalmente da inteligência emocional que se torna quase vital pra nós hoje em dia.
Confesso achar que sou louca de vez em quando. Não consego entender certas coisas e mesmo assim aceito e acabo, na maioria das vezes, em função das minhas verdadeiras opiniões, tendo que nadar contra a maré. Enquanto todo mundo quer sair, eu quero dormir. Enquanto todo mundo quer brincar, eu quero ler, enquanto todo mundo ouve funk, eu ouço o bom e velho rock'n roll. Sei que por isso banco a chata. Mas não é sempre que isso acontece. Sei me portar com as massas. Só não me sinto na obrigação de concordar com ela sempre. Talvez eu pareça meio louca, mas tem dias que prefiro ficar com essa minha loucura, (ao menos com ela me entendo), do que entrar nessa 'pseudo-lucidez' alheia que tanto me deixa frustrada e deslocada.
Confesso ver o lado bom das coisas sempre. E odiar quem só enxerga o problema, o lado ruim. Me irritam, me colocam pra baixo, me fazem mal. E sinceramente? Saio de perto de gente assim.
Confesso ser preconceituosa com pessoas burras. E leia-se: BURRAS e não desprovidas de oportunidade para aprender. Conheço gente de todos os tipos e classes sociais que estão longe de serem burras. Mas tem aquelas pessoas que mesmo com todo o dinheiro, infra-estrutura e oportunidade do mundo insistem em se acomodar. Conseguem se satisfazer na mediocridade e não dão valor para crescer intelectualmente. Eu num sou perfeita e nem quero ser, não sou a mais legal nem a mais inteligente mas tô longe de ser acomodada!
Confesso ter certeza que meus pais não são as melhores pessoas do mundo, nem que são perfeitos e nem sinto a necessidade de coloca-los num pedestal. Mas eu os amo INCONDICIONALMENTE. No total sentido da palavra. E não há ninguém que eu escolheria para substituí-los. E que eles, acima de tudo, são meus melhores amigos em tudo que uma AMIZADE pode proporcionar.
Confesso ter muitas paixões e uma delas ser GENTE. Gente de todas as cores, tipos, biotipos, bagagens, sonhos, vontades. Gente que me acrescente e que queira acrescentar ao mundo ou a alguém. Gente que sorri, que fica de mau-humor, que chora, que odeia, que berra, que ama, gente que vive a vida da melhor maneira que sabe e que consegue.
Confesso ser amante das Artes. E que no teatro encontrei minha casa e na música encontrei a mim mesma. Nas artes plásticas encontrei a arte de sonhar e no ato de escrever a forma de expressar meus sentimentos. E que não sei viver sem Arte na minha vida, pois sem ela, nem respiro.
Confesso ser bem popular, apesar de sofrer de verborragia crônica, de ser pornográfica inúmeras vezes, de rir à toa e de gostar de ser uma boa conselheira. Mas que apesar de conhecer um milhão de pessoas, sei que talvez menos de 10 sejam meus amigos de verdade. E que esses nem sempre são os mais próximos. Mas que mesmo distantes conseguem ser mais do que muita gente que tá do meu lado todos os dias. Confesso amar meus amigos apesar de seus defeitos.
Confesso achar que homens e mulheres merecem direitos iguais mesmo estando longe de serem iguais. E se tem uma coisa que aprendi foi que a graça da vida está nessas diferenças. Daí que surge o verdadeiro encanto. Com isso acabo sendo uma profunda defensora e ativista dos alvos de preconceitos: negros, gays,mulheres... Defendo tanto que chego a ficar chata simplesmente por não conseguir entender em como esse tipo de preconceito acontece. Qual seu mecanismo na mente das pessoas e qual seu fundamento.
Confesso estar aprendendo (na marra!) a me amar mais. A ir em busca do que EU quero e a me importar menos com quem pouco se importa comigo.
Confesso amar cozinhar, e gostaria de ter mais tempo para dedicar a isso. É na cozinha onde me encontro, onde me arrisco, onde tenho vontade de criar. É o melhor cômodo da casa pra quase tudo. E colocar a mão na massa me faz sempre feliz mesmo que às vezes o produto final não saia sempre perfeito.
Confesso querer que os dias tivesses umas 40 horas pra eu conseguir fazer tudo que gostaria e ainda dormir.
Confesso amar uma boa cama e amar dormir. Seja feliz ou principalmente quando estou triste, dormir sempre me revigora, e sempre resolveu bastante coisa pra mim. É como se nos sonhos, minha cabeça se resolvesse. E mesmo quando durmo sozinha, a noite nunca é mal aproveitada.
Confesso ter muitos defeitos, saber quais são eles e por isso tentar poderá-los. Nem sempre consigo. Mas penso que se alguém gosta de mim tem que gostar deles também. E já parei de me preocupar tanto com a opinião alheia. Aprendi que mesmo querendo estar certa e muitas vezes estando, é melhor dar o braço a torcer e ceder pra fazer feliz quem amamos.
Confesso ser uma pessoa solitária. E leia-se So-li-tá-ri-a..e não sozinha. Tenho hábitos mais velhos que minha idade. E gosto mesmo de (às vezes) ficar sozinha, ou no silêncio. A carência sempre existe, mas um bom jazz, eventualmente, preenche mais meu coração do que uma pessoa errada.
E por último, confesso que ser quem sou nem sempre é fácil. Mas que o caminho é sempre fabuloso mesmo quando tudo parece dar errado porque é aquele que escolhemos. Temos livre-arbítrio e somos feitos de sorrisos e erros, amor e tropeços. E mesmo com os tombos, sou só vontade de estar vivendo.