terça-feira, 13 de abril de 2010

Ao escrever


Eu queria saber falar da vida,
Do cotidiano, das coisas importantes.

Queria saber contar histórias,

Falar coisas sérias,

Discutir política, religiosidade, direitos civis.

Mas se tudo isso já toma conta de mim no dia-a-dia,

Quando escrevo me permito ser boba
,
Ser brega, não ter pé nem cabeça.

Sou toda sentimento,

Sem amarras, sem censura.

Aquele robô racional que muitas vezes me habita no horário comercial

Acaba por sumir.

E de repente invade um daqueles personagens melodramáticos

Da minha esquizofrênica personalidade.

Ao escrever sou toda paixão,

Toda emoção,

Sem formas, rimas, regras,

Só coração.

Daqueles bem clichês,
Bem rosas ou vermelhos.

E embora esse coração não ouse falar,

Ele aperta (e como!)

Com todo vazio da minha existência.

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