segunda-feira, 5 de abril de 2010

Esconde-esconde


Ouvi de um amigo há pouco tempo que ele achava que eu me escondia.
- Me escondo como? - perguntei
- Sei lá, se esconde ora, por detrás dessa sua personagem engraçada e legal com todo mundo tem que existir outra coisa.

- E que outra coisa seria essa? - indaguei

- Sei lá, tem mais de você aí dentro que você não mostra. É isso que percebo.


Não custa dizer que essa não é a primeira vez que ouço coisa parecida. Semana passada mesmo no meio de uma aula, o professor "do nada", resolveu falar que achava que eu era muito mais forte do que deixo transparecer e que eu tenho que trazer essa força a tona de vez em quando.
Ok, teacher!Fááácil...

Fácil pra quem??


Porque as pessoas parecem saber mais sobre mim mesma do que eu própria?

Pensativa sobre essas colocações, ouvi um texto autobiográfico de uma amiga que dizia que ela que sempre pareceu tímida e retraída, na verdade tinha mesmo era uma personalidade bem extrovertida, mas que a timidez tomava conta às vezes por medo de as pessoas acharem que ela só quer aparecer. Engraçado ?

Eu nunca tive problemas com querer aparecer...

Quando eu quero, apareço e pronto!hahahahhaha...

Caceta...eu acho que sou o contrário da minha amiga!


Tenho essa personagem que inventei pra lidar com as pessoas (porque só sendo um bom personagem mesmo pra lidar com certas pessoas que eu preferia nem ver). Essa personagem e vamos chama-la de Julia (sim, porque Julia me parece um nome de garota que todo mundo gosta, que é divertida etc) é suuuuuuuuuuper legal, ela fala com todo mundo, ela brinca, ri alto, fala uma besteira atrás da outra. É uma ótima pessoa pra se conviver e consequentemente é uma ótima personagem pra se ter na manga. Tanto que as vezes eu queria poder ser ela o tempo todo. Ou pelo menos ter um botão que me mudasse de Hannah pra Julia imediatamente. Ia ser legal, ?


Mas num dá..um saco isso..mas verdade. Logo vem aquela outra garota sensííííível, chorona, emotiva, e ela toma conta. Mesmo que a Julia tente impedir. A sensível, (e vamos chama-la de Maria), é chata. Ela chora nos filmes mais babacas, sonha com final feliz (mesmo eu dizendo pra ela que isso é tudo conversa-pra-boi-dormir), sonha com príncipe e cavalo branco. (ok, cavalo não..talvez um audi branco, mas mesmo assim!). Enfim, é uma babacona, o clichê de mulherzinha.

Alguém aguenta ela o tempo todo? Eu certamente não.


Por último, (será?), tem uma outra retardada, que acha é a dona do mundo. Ela se chama Hannah (assim porque acaba que é a mistura das outras com mais uns adendos). É analítica, mas sensível. Justa, mas ponderada. Se põe no lugar dos outros sempre. Cuida. Ama. Se doa. Pensa no bem estar comum antes do seu próprio. Mas não se anula (ok..é um trabalho, não é sempre!). Perdoa sempre. Não esquece nunca.


Outra chata ? Eu não sei como me aguento. Muita coisa pra administrar. Isso porque tem sempre também o lado revirado dessas três. A diabinha que existe em cada uma delas que quer mesmo que eu mande todo mundo tomar no c#.


Portanto, como é que eu não vou me esconder?

Me explica?

2 comentários:

Arthur Schreinert disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Caio disse...

"e o que eu sou é também o que eu escolhi ser aceito a condição" (Los Hermanos)

"Sofisma" (Caio)

interessante a sua análise.. claro que não tão interessante pra mim quanto pra você, nada como um teclado e um Word para colocar os pensamentos em ordem e conhecermos mais de nós mesmos..

acho que todo mundo deveria se auto-analisar semanalmente ao invés de ir pro analista.. hahah