sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Feliz Natal


Ouço músicas festivas tocando ao fundo
Uma tempestade
Água correndo
No rio de sentimentos
Que habitam em meu peito
Especialmente nesse época do ano
Confusões, raios, trovões
Corações, relâmpagos
Céu desbotado
E eu aqui nublada
Com um pedaço de alma na mão
À deriva
À espera
Na angústia
Das cinzas das horas.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Como contrações


Aqui desarmada

Com o coração arranhado

Dilacerado

Sinto as lágrimas

Escorrerem no meu rosto

E aquelas pontadas

Vão e voltam

Como contrações

Que me fazem perder o ar

E fazem o vazio

Se instalar

Cada vez mais.

Deito a cabeça no travesseiro

Fecho os olhos

E abraço a dor

Pois ela tem sido

Minha mais constante

E única companhia

Desde que se foi de mim

O meu amor.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Lado a lado


Eu queria um amor
De domingo
Tranquilo, na paz
Um amor que consiga
Viver além da selvageria do sábado a noite
Um amor daqueles de dormir até o meio-dia
Daqueles que se deita na rede abraçado
E se coloca os pés pro alto
Pra ver o sol se pôr.
Aquele amor com cheiro de café-da-manhã
Pães, bolos e muitas frutas
Afrodisíacas
Amor com tempero
Amor com paixão
Amor daqueles que conta estrela cadente
Que olha pra lua juntos
Que vê desenhos em nuvens
Amor desarmado
Amor com sede de beijos
E fome de abraços fortes
Amor lado a lado.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Jogo da Vida


Me deixe ir!
Eu lhe peço,
Suplico,
Imploro até!
Não dá pra viver assim
Pela metade
No meio termo
Eu sei que gostamos do amor
Mas eu me rendo
Me deixe ir!
Não me interprete mal
Não é falta de carinho
Nem ingratidão
Mas não há mais razão pra sermos
Juntos
Se nossas peças já não se encaixam mais
Seja feliz
Ache alguém que complete seu quebra-cabeças
E me deixe achar alguém que me acompanhe
No jogo da vida.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Intimidade


Calmaria
Intimidade
Descoberta de cada esquina
De nossos corpos juntos
Entrelaçados
Entre lençóis
Perceber cada trejeito
Cada sinal
Cada olhar
De cumplicidade
Entender os silêncios
Conformar-se com as ausências
Compreender
Confiar
Conceber trocas pessoais
E entrega...
Ah!Aquela entrega fundamental!
Cair de cabeça
Experimentar diferenças
Com romantismo
Tornar à dois...
A vida muito mais interessante.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Segredando


Hoje você falou o que eu precisava ouvir

Hoje você fez exatamente o que eu queria

Me confortou

Me confiou

Me deixou cuidar de você

E o resto é nosso!

Ninguém precisa saber.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

4 paredes


Lá fora a chuva não dá sinal de trégua
E nos vemos aqui
Presos um ao outro
Horas de conversas
Sobre os mais variados assuntos
Estranhas imitações de desenhos animados
Comida à domicílio
TV, palavras cruzadas
Carinhos, bobeiras, suspiros, descobertas
3 dias seguidos sem sair das redondezas
Da cama.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Erro de gramática


Tenho medo de quando olhar-te
Após todo esse tempo,
Sentir que nada passou
Pois os sentimentos continuam tomando forma
E que esse hiato em nossa vida conjunta
Tenha sido um simples erro gramatical
Que pode ser corrigido
E facilmente rearranjado
Virando um novo encontro
Vocálico.

domingo, 30 de novembro de 2008

O pouco que sobrou


Tanto tempo de rosas,
Tanto tempo de sorrisos,
E fotografias,
Que faltou vinho tinto
Esparramado na mesa da sala.
Tantas aparências,
Tanto mar em calmaria,
Que faltou marcas de dedos e mordidas.
Faltou o incêndio
E não a simples contemplação do fogo na lareira.
Sobraram palavras
E faltou aquela falta de ar.
Tantos silêncios consensuais,
Tantos carinhos programados,
Que faltou aquelas borboletas no estômago
Faltou aquela entrega,
Visceral...

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Descrevendo


Se eu pudesse nos descrever em palavras
Usaria só palavras grandes
Fortes
Cores berrantes
Vermelho sangue
Coração apertado
Mal - interpretado
Intensidade
Extremidade
Só usaria coisas doces
E apimentadas
Exóticas
Eróticas
Gritos
Mal - entendidos
Selvageria
Fome e sede
De estar junto o tempo inteiro
Varando madrugadas
Contando absurdos
Entrelaçados
Vendo o sol nascer.

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Sentindo


Dia frio
Daqueles pra não sair da cama
A chuva no vidro da janela,
Como lágrimas em meu rosto.
Solidão:
Ausência de você em mim
Como em tempos passados,
Um cheiro que já não está no travesseiro,
Uma voz que já não ouço,
Seu número que não me chama mais no telefone,
Mensagens que já não recebo,
Surpresas que não acontecem,
Carinhos e afagos inexistentes.
E aquela pontada no coração,
Só de saber que te perdi,
Que é outro alguém que habita teus sonhos agora,
Que é outra que te beija e te faz aquele cafuné matinal,
Que é outra que te ouve,
Que é outra pessoa que vê a verdade em seus olhos amorosos.
Saudade, ausência, falta...
Já não sei mais como chamar,
Só sei que hoje moveria mundos pra ser tua de novo.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Modinha

A música não é minha...é do mestre Tom Jobim...mas estava ouvindo-a hoje na voz da grande Elis Regina...e senti necessidade de posta-la...Beijos!


Não, não pode mais meu coração
Viver assim dilacerado
Escravizado a uma ilusão que é só desilusão
Ah, Não seja a vida sempre assim
Como um luar desesperado
A derramar melancolia em mim
Poesia em mim

Vai, triste canção
Sai do meu peito
E semeia a emoção
Que chora dentro do meu
Coração.

domingo, 21 de setembro de 2008

Insônia


Olhos furtivos
Tic-tac do relógio
Que parece um bumbo de bateria
Dentro da minha cabeça.
Às 4 da manhã,
Olho pro teto,
Ouço gritos,
Conversas, risos.
A noite foi boa pra alguns.
O caminhão de lixo faz barulho lá fora
E traz aquele cheiro forte de enxofre.
E eu me prometo:
Quando o barulho e o cheiro passar,
Eu viro pro lado e durmo.
Mas não consigo,
Nada acontece,
Mesmo.
Silêncio...
Ouço a respiração do corpo ao meu lado
Um súbito movimento
Uma troca de posição
Mas eu permaneço imóvel
Resolvo levantar
Tomo um gole amargo de água
Tudo parece mais triste e distante à noite
Vou para sala
Ouço música
Leio alguns capítulos de um livro velho
Vejo TV
Volto pra cama
Penso no dia de amanhã,
Conto carneirinhos,
Pronto!
Já to apelando demais
Mas os pensamentos não me deixam dormir,
E o dia amanhece.


sábado, 6 de setembro de 2008

Resolução


Abro os olhos
Percebo as coisas ao redor
Me vejo e revejo
E não reconheço
Aonde será que eu vim parar?
E como descobrir?
Se eu nem sei quem sou...
O carro que não pega,
A chuva que não pára
O vento bate forte
Aonde essa rua vai dar?
E que direção tomar?
Se não há regras,
Nesse jogo que eu nem aprendi a jogar
Vale mesmo tudo no final?
Explode dentro de mim
Overdose de emoções
Da onde vem essa dor
Parece mais um câncer mundial
Pra que tanto rancor
Vamos terminar
E nos contaminar
De loucura
Essa doença terminal incômoda
Vamos morrer de cirrose,
Felizes.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Estranha


Barulho da chuva
Ventos cantando blues
O céu desbotado
Sem estrela alguma
Imensidão infinita
Vazio indefinido
Ruas escuras
Postes solitários
Silêncio ensurdecedor
Domingo cor azul
Marinho
Triste
E a alma pesada
Molhada
Por onde passam rios
Sem ter onde desembocar
Eu corro
Me jogo
Mas continuo no mesmo lugar
Meu berro sem som
É um trovão abafado
Com dor
Apático
Sem cor
Continuo a caminhar
Sozinha
Sem ver saída
Sem luz no fim do túnel.

domingo, 17 de agosto de 2008

Paredes Mudas


Se essa paredes falassem
Se pudessem contar,
Fazer as contas
De quantas pessoas já passaram por aqui
E fizeram coisas inimagináveis
Se essas esquinas escuras
Pudessem esclarecer
Quantas batidas de vida e morte já passaram por aqui
Quantas divisões de amor foram feitas
E de ódio também
Se esses postes maltratados
Pudessem nos dar pistas
Talvez nos surpreenderíamos
Há quanto tempo observam-nos
Quantas historias seriam contadas
E muito melhor resolvidas
Quantas historias teriam sido mais felizes
Ou menos infelizes
Se pudéssemos decifrar os cérebros
De quem nos rodeia
Se soubéssemos sempre o que se passa
Sem nem sequer falar
A vida seria mais tênue
Mais introspectiva
E absolutamente mais desinteressante
Ah!Eu quero mais a sorte do mal-entendido.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Alma Louca


Cada vez que me olho no espelho
É como se fosse uma imagem nova
Sem retoques
Com suas devidas falhas
Irreconhecível
Mas familiar.
Me faço e refaço tantas vezes
Junto todos os cacos
Os pedaços
Vou me montando novamente
Devagar
Percebendo cada traço
Cada sensação
Sentimento e mudança
No andar, no cantar, no sofrer
É como se ao ver meu reflexo no espelho
Eu pudesse enxergar
Aquela alma louca
Que me habita
E assim pudesse desafia-la
Na batalha árdua da vida.

domingo, 10 de agosto de 2008

O outro lado


Você chega assim do nada

Se mete na minha vida

Me diz como eu tenho que viver

O que vestir

O que comer

Será que você ainda não se ligou

Que nosso tempo já passou

Já foi, já perdeu

Já arranjei outras bocas

Pra me satisfazer

Outros assuntos, outros olhares, outros vícios

Outra marca de cigarro

Pr'eu fumar

O que tinha seu aqui dentro

Já tá morto, enterrado

Não tem volta

Já está convencionado

Você estava errado.

sábado, 9 de agosto de 2008

Donas de casa desesperadas


20:35
- Você está 5 minutos atrasado. Normal, você sempre se atrasa mesmo! Aliás, quem diz que é mulher que atrasa, nunca te conheceu. A gente sempre foi ao contrário mesmo.

20:45
- Pô, 20 minutos de atraso...to começando a achar estranho. Sacanagem! Por que você num ligou avisando???Hein???Se não queria vir, era só dizer, né? Ninguém tava te obrigando!Que coisa! Você nem deve ter saído do trabalho ainda! Sempre o trabalho! E eu em 2o plano!!Olha que um dia eu me canso, hein???

21:02
PUTA QUE PARIU!!!Mais de meia hora atrasado!!PORRA!! Só pode estar de sacanagem por aí, vagabundeando...essa horanem trânsito tem mais!!!PUTZ..só pode estar me traindo. Deve ser com aquela piranha loura, estagiária do 3o andar,né? Só pode ser...você vive dizendo quem ela é super prestativa...eu imagino, o quão prestativa ela deve ser!!!Como imagino!!!E pior..você deve ter esquecido que marcou um jantar romantico comigo hoje...tudo por causa da vagabunda. Eu sabia que tinha algo estranho com esse convite romântico..agora eu sei...é CULPA...você deve estar fudendo com ela há tempos...e eu aqui..otária fazendo seu prato preferido...Mas você vai ouvir quando chegar...ah se vai...

21:15
Ai! Minha Virgem Santíssima!!!Meu Santo Expedito!!!Será que aconteceu alguma coisa com meu maridinho...ai meu Deus...e eu aqui pensando mal dele! Ai meu Deus me perdoa por ter pensado essas coisas horríveis...mas o senhor sabe como homem é, né Senhor? Ai, minha nossa senhora..se aconteceu alguma coisa num vou me perdoar!!!Ai meu Jesus..me ajude!!Pai Nosso que estás no céu...

21:20
Barulho de carro...ai meu Deus...será que é ele chegando???É ele...é ele!!!Graças a Deus!!!Mal posso esperar!!!Seráque eu estou bonita??Será que essa roupa tá boa???Será que ele vai gostar da sobremesa???Ai tomara que sim!!Ai, tá tudo pronto!!!Ah...o batom...ah sim..batom..não posso recebe-lo sem batom!Lingerie nova..vestido novo..tudo ok!Posso esperar a campainha...ai..que demora pra subir!!Ai..pronto!

"Blim-blom"

- Olá querido!
- Olá, meu amor!
- Como foi seu dia?
- Ah, querida..foi super cansativo..desculpe o atraso mas é que o chege novo assumiu, eu tedeixei algumas mensagens no celular, vc viu?
- Ah..deixou?Hum...nem vi..(sem graça)..mas também fiquei tão ocupada com tantas coisas pra fazer.
- Ah, eu imagino querida!
- Mas tá tudo bem, amor..preparei seu jantar!
- Ah meu amor..você é mesmo incrível...super compreensiva como sempre...obrigada!
- De nada querido...de nada!

FIM

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Ainda


Ainda
Ainda penso em você
Ainda lembro dos seus beijos com saudade
Ainda morro de vontade de te ligar (mas não ligaria)
Ainda há roupas suas nas minhas gavetas
Ainda há suas cartas encaixotadas
Ainda há você em mim
Ainda há...
Ainda acho q você foi o amor da minha vida
Ainda há feridas, assuntos mal resolvidos,
poesia barata e algumas cicatrizes.
Ainda há medo.
Ainda há insegurança...
Ainda há espera
Espera de uma atitude talvez
Que nos faça ser "nós" de novo.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Encontros e Desencontros


Foi súbito.
Não esperava te ver.
Sorrimos
Como dois velhos amigos
E estaria tudo certo se não fosse pelo fato
De que nunca fomos amigos
Foi uma surpresa
Ver como você estava
Um bom tempo se passou
Você está diferente
E eu nem sei se estou
Qualquer coisa
Estranhei como me senti
Não achava nem em um milhão de anos
Que o coração bateria desse jeito
Nem sabia mais o que era isso
Foi como nos velhos tempos
Borboletas no estômago
Lembranças de uma época que não volta
E o íncrivel foi que queria ficar ali pra sempre
Que aquele encontro nunca acabasse
E que a gente pudesse ficar ali
Jogando conversa fora
Pelo resto de nossas vidas.
Foi exatamente como quando meu apaixonei por você
Daquela primeira vez
E da segunda também
Até aquela insegurança bateu
Mas você nem percebeu
Nem sequer cogita o que está passando na minha cabeça
Nem sequer percebeu que você ainda habita meus sonhos...
Consegui disfarçar.
É, acho que sou uma boa atriz afinal.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Esperança


Deitada na cama
3:15 da manhã
Tic-tac - tic-tac
O tempo passa
O tempo não pára
Só o pensamento que fica
Insistindo num só desejo

-------------------------------------------

Compus uma ode
Pra sofreguidão do meu ser
Ela descreve
Toda dor
Todo amor
Do meu querer
E essa ode transforma-se em súplica
E essa súplica em mil prantos
Na tentativa contínua
De te fazer
Voltar.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Suicida


Sinto que me afogo
Asfixiada
Nessa imensidão de pensamentos
Que atropelam meus desejos
Me afundo no mar de desilusões
Me deixo levar
Deixo tudo cair
Até não aguentar
Há sangue em minhas veias
Das quais deixo jorrar
Porque assim me liberto
Pois saber da existência
Já é desejar
E não há escapatória pro sofrer
Só há escapatória pro viver.


domingo, 22 de junho de 2008

Dois barcos


Você era o "Pierrot",

E eu a colombina.

Você disse: '"Morena", um"A Flor" pra você!'

Mas infelizmente, "Barbara", era quem você procurava realmente.

"Fingi na hora rir"

Quando não soube te responder

No meio do "Bloco do eu sozinho".

Mas como "Todo carnaval tem seu fim"

Aturei seis meses e "Onze dias" sem te ver.

Então "Primavera" chegou,

E nos reencontramos.

E mais uma vez fiquei "Sentimental",

Quando percebi que você fazia um "Retrato pra Iaiá".

Parecia que não tinhamos sido feitos um pro outro.

Mas eu insisti.

"Quem sabe" um dia,

Eu seria a "Lisbela",

Do teu coração.

"Deixa o verão" chegar!

E quando chegou,

Nos reencontramos na festa da "Aline",

No "Sétimo andar" de um prédio em Ipanema.

Eu fui toda arrumada com meu "Sapato novo".

Mas você tava acompanhado mais uma vez,

Por uma tal de "Ana Julia".

E eu acabei arranjando um "Cara estranho".

"Ainda é cedo", pensei...tudo pode mudar...

Mas não mudou,

E fiquei tendo "Conversas de Botas Batidas",

Com o "Velho e o moço" do lado de fora da festa,

Enquanto "Do lado de dentro" tocava "Mais uma canção".

Eu só queria que tirassem aquele "Azedume" do meu peito.

Será que você não consegue ver

Que eu posso ir muito mais "Além do que se vê"?

Você era meu "Horizonte Distante",

E da "Casa pré-fabricada" que é meu coração,

"Fez-se mar" todas as vezes que você apareceu na minha vida.

Derramei tantas "Lágrimas Sofridas" ao "Ritmo da Chuva",

E "O vento" soprou tantas vezes, cortante, quase congelando meu coração.

Eu tinha certeza que meu "Samba a dois" tinha que ser com você.

"Veja bem meu bem",

Eu ainda tinha a ilusão que iria chegar o dia

Em que você seria meu "Último Romance".

E seríamos "Um par",

Feito "Romeu e Julieta".

Mas logo a ilusão acabou.

Pois você me deixou "Tão sozinha",

Que fiz uma "Descoberta".

Eu não queria uma vida de "Traumas".

Afinal, "Tenha dó", "Tá bom"?

A vida era chata "Sem ter você".

Mas eu precisava de "Liberdade"!

Liberdade desse sentimento "Condicional".

Até porque, eu não queria ser "A outra" da sua vida,

E sim a única.

Então, arranjei um "Outro alguém" pra mim,

E o "Pouco que sobrou" do sentimento por você,

Sempre reaparece "Quando eu digo"

Algo sobre "Paquetá",

Ou quando observo "Os pássaros" em Ipanema.

É, você ainda está em muitas das minhas lembranças...

Apesar de tudo, você sempre foi "O Vencedor" do meu coração.

Mesmo com outros colocando "O mundo aos meus pés".

"É de lágrima" nossa história,

E "Assim será" pra sempre.


Músicas citadas de Los Hermanos

terça-feira, 17 de junho de 2008

Lá Maior


Toda vez que canto essa música
Vira nostalgia
Remete ao seu cheiro
Ao seu riso solto
Ao seu olhar maroto
Dou Ré menor
Em minhas lembranças
Revejo o passado
Passo centenas de vezes em minha cabeça
Cada momento
Cada movimento
Mi maior, mi bemol, "mi" torturo
E não consigo mais ver
Saída
'Sol' da minha vida
Pego um fá sustenido
Adormeço por dias
E sigo sem rumo
Restando
Aquele 'dó' de 'mi'm
Então você fica tão longe
Lá maior
E eu aqui menor.

terça-feira, 10 de junho de 2008

Missing


Eu entro em casa
E você já não está
E já nem a reconheço mais como minha casa
Sem tua presença
Aos poucos, teu cheiro vai se esvaindo
Tuas roupas já não habitam mais o armário
Seus passos já não ouço
Sua voz já não me chama
E por mais que a gente se esbarre por ai
De vez em quando
Que a gente se olhe, se veja
Não é a mesma coisa
Você não é mais meu companheiro de cárcere
E como sinto falta
Dessa prisão invisível
Que só nós entendíamos.

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Closure


Hoje acordei pra ver o sol

Abri a janela e fui de encontro ao coração

Sem mágoas ou rancores

Sem mais desilusão

Hoje coloquei tudo de lado

Por uma só emoção

Sonhei com a vida

E como ela deveria ser

Afinal, não há razão melhor

Pra se deixar ser feliz

Do que viver.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Liberdade


De tarde quero fechar os olhos
Não pensar.
Entrar no mar
E nas ondas me deixar levar
Sem grilos, sem preocupações
Sem o coração apertado
Não quero ver
Nem sentir
Só quero ser
Sem precisar fingir fortaleza
Deixar o tempo pra lá
Fazer minha própria seleção de momentos
E sorrir
Só pra gastar os dentes
Ouvir o vento cantar
Pular na pedras
Contar as ondas
Esquecer do mundo
Esquecer de mim
Esquecer,
Esquecer,
Esquecer...

sábado, 10 de maio de 2008

Deve doer menos


Deve doer menos
Deve doer menos se eu me afastar de você.
Te deixar sem mim por uns tempos,
Procurar outro rumo,
Buscar novidades,
Conhecer outras "gentes".
Deve doer menos se a gente não se encontrar.
Deve doer menos.
Deve doer menos se eu não souber da sua vida,
Não procurar, nem perguntar.
Te cuidar só de longe e quando necessário,
Cuidar da minha vida,
Do meu trabalho interrompido.
Deve doer menos fingir não me importar.
Deve doer menos
Deve doer menos não demonstrar o que sinto,
Procurar coisas pra me ocupar,
Cuidar mais de mim,
Ficar com meus amigos.
Me fechar em meu próprio coração.
Deve doer menos simplesmente não te amar.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Nostalgia


Saudade

Do tempo que recebia bilhetes de amor

Cartas escritas com cuidado

Mensagens no meio da noite

Telefonemas inesperados

Visitas de supetão

Como que isso foi acabar assim?

Tão depressa

Se nem chegamos a ter

O que eles chamam

de Relação?

domingo, 27 de abril de 2008

Desejos


Que toda dor cesse
Que o desamparo acabe
Que o respeito persista
Que a esperança viva


Que o coração bata
Que a alma liberte
Que os olhos digam mais
Que a boca fale menos


Que os surtos se apresentem
Que a experiência seja acumulada
Que o sonho se realize
Que o querer renasça

Que a ausência cause
Que o calor preencha
Que o outro ampare
Que o amor transforme


Que os corpos se unam
Que a vida emocione
Que a lágrima corra
Que o mar me invada

terça-feira, 22 de abril de 2008

Descanso


Desnudar-se
Mergulhar na zona do desconhecido
Não enxergar
Arriscar-se
Sem saber dias, horas
Sem saber futuro
Deixar ser
Seguir com as ondas
Ignorar o tempo
Sentir
Sem inibir
Permitir-se
Voar
Libertar-se
Correr pelo mundo
Entregar
Que presente seria
Não pensar.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Sacanagem


Me joga
Me faz de gato e sapato

Me despe
Me faz trincar os dentes

Me lambe
Penetra no âmago do meu ser

Me consome
Me rasga inteira

Me morde
Me puxa pelos cabelos

Me guia
Me pega pela cintura

Me abraça
Me prende em teus braços

Me come
Me fala sacanagem

Me aperta
Me deixa ser toda sua

Me encaixa
Me faz tua vagabunda!

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Almíscar


Me sinto possuída
Possuída por um cheiro doce
Com gosto amargo ao mesmo tempo
Almíscar talvez
Me reviro pela cama
Abro e fecho os olhos continuamente
Procurando alguma coisa
Quem nem sei bem o que
Busco na memória
Volto ao passado
Nada
Um absoluto vazio
Acendo a luz
Tento achar o motivo
Pra esse incômodo que me habita
Ausência
Ausência é um estar em mim.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Pedido


Quero que morra em mim
Essa vontade descontrolada de te ver,
De olhar seus olhos negros e doces
Que acabe essa angústia de não te ter
E essa ausência assimilada
Como já cessaram tantas outras ausências
Que me tiravam o chão e me impediam de respirar
Em todas as noites solitárias
Que passe essa agonia de não ter seu abraço
Seu corpo me envolvendo
E que eu me permita morrer um pouco
Pra que doa a parte em mim que é sua
E que com a dor ela desapareça
Mas que por favor,
Eu não fique vazia ou amarga quando isso acontecer.